Sejam transições em ciclos de vida, separações, chegada de filhos, perdas de emprego, mudanças de cidade, doenças agudas ou crônicas, todos podem afetar o indivíduo e exigir respostas mais ou menos adaptativas à nova realidade. No caso de doenças graves e ameaçadoras à vida, como cânceres avançados, insuficiência cardíaca, doença pulmonar crônica, hepatopatias, lesões neurológicas extensas, dentre outros, a perspectiva de recuperação da vida como era antes se perde. Nessa trajetória com a doença, os encontros com novos médicos e tratamentos, as recuperações, os internamentos e as intercorrências e o medo da morte simbolizam “pedras” no caminho. Na opinião da fisioterapeuta Juliana Faria do Nascimento, as PNPICs contribuem para o equilíbrio energético e permitem melhorar a imunidade do indivíduo.
De acordo com o professor, o hábito de orar, meditar e adequar a vida a valores espirituais positivos tem sido correlacionado a inúmeros estudos, que indicam benefícios à saúde e à qualidade de vida. Não se trata de orientar pacientes quanto à sua religião, mas dar oportunidade para que se expressem quanto à sua fé e questões espirituais, que podem surgir durante o tratamento médico. Como é possível perceber, trata-se de um conceito bastante amplo e abstrato. Um pouco mais próximo da nossa experiência cotidiana e concreta está a religião.
Faustão respira sem ajuda de aparelhos e está consciente, diz hospital
"Foi muito difícil dizer a ele que surgiu um novo câncer e que ele precisava passar por um transplante de medula", diz Fernanda. "Dissemos a ele que não sabíamos o final da história, mas que ele jamais estaria sozinho e que Deus não se esqueceu da gente", diz ela que, com o marido e outros quatro filhos, segue a Igreja Internacional do Calvário, de origem canadense. Segundo ele, o ódio e o ressentimento aprisionam o indivíduo, levando-o a um estado doentio, enquanto o medo e o egoísmo paralisam impulsos positivos, no sentido de auxílio ao próximo. A meditação é uma forma de eliminar pensamentos estressantes e perturbadores, para que você possa estar presente, mais calmo e consciente de seu ambiente.
Ou seja, ateus, agnósticos ou mesmo aqueles que têm religião, mas não a praticam ativamente, podem expressar a espiritualidade. Ele destacou como marco para a mudança de paradigma a Carta de Ottawa, que resultou, em 1986, da Conferência Internacional de Saúde, realizada pela ONU. Ela reuniu estudiosos na área de saúde, que passaram a considerar a integralidade do paciente do ponto de vista físico, psíquico, social, funcional e espiritual, e não apenas biológico. Doutor em Medicina e chefe do Departamento de Cirurgia Geral e Especializada da Universidade Federal Fluminense (UFF), Dr. José Genilson Ribeiro é professor da disciplina optativa Medicina e Espiritualidade na instituição.
Tudo sobre o câncer
"Para combater o coronavírus, o melhor é não se expor e se valer da religiosidade e da fé para enfrentar os desafios do isolamento social", afirma. • nos pacientes com câncer, a prática da prece correlacionou-se significantemente com a escala de saúde geral e de funcionalidade; os autores recomendam que esta prática não seja desencorajada. As doenças relacionadas com o estresse, especialmente as cardiovasculares (hipertensão arterial, infarto do miocárdio, derrame, entre outras), parecem ser as que mais se beneficiam dos efeitos de uma espiritualidade bem desenvolvida. É sabido que indivíduos com envolvimento espiritualista tendem a enfrentar situações adversas com mais sucesso, e que isto está associado à remissão mais rápida da depressão. Em pacientes internados deprimidos, foi constatado que aqueles com uma forte espiritualidade permaneceram menos tempo no hospital. A gratidão amplifica as coisas e o lembra de que você é abençoado pelo que já tem.
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"Se alguém diz que isto não é ciência está sendo dogmático, porque escolhe o que investigar". Segundo ele, a espiritualidade é expressa através de crenças, valores, tradições e práticas. "Quem tem menos disposição ao perdão está mais disponível a enfrentar enfermidades coronárias", diz o especialista, que também é diretor do como fazer amarração amorosa Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. A espiritualidade colabora para a melhora da saúde graças a vários fatores. Há um melhor estado psicológico (por trazer esperança, perdão, altruísmo e amor) e, consequentemente, melhor estratégia para lidar com problemas e redução do estresse.
Dr. José Genilson Ribeiro enfatiza que o homem é um ser “biosociopsicoespiritual”, e deve ser entendido como um todo, reforçando a necessidade de um atendimento integral, com participação efetiva da pessoa que busca ajuda no cuidado à saúde. “Por isso é importante e necessário que os profissionais de saúde saibam lidar com a espiritualidade na vida de seus pacientes, e com os sentimentos e comportamentos daí decorrentes”, afirmou. Os bons sentimentos elevam a frequência de emoções positivas, com reflexos na qualidade de vida e também no tratamento de doenças. A cardiologista Lucélia Magalhães ratifica que ciência e espiritualidade podem se somar quando o assunto é saúde. Na cabeça do médico, fazer a junção entre o material e o espiritual não é tão simples. "Somos treinados a observar a dimensão física do paciente e, para a maioria, é difícil aliar este conhecimento técnico com a espiritualidade", afirma a médica pediatra Carolina Camargo Vince.
Na primeira, quando ele ainda tinha 8 anos, foi diagnosticado com leucemia. Se incomodou com a perda de cabelo, mas respondeu bem ao tratamento ao longo do primeiro ano. Paciente de Carolina, Cora Grigio foi diagnosticada com leucemia quando tinha cinco anos e meio. "Para mim, até então, essa doença era sinônimo de morte", conta Patrícia Ferreira Silvério, mãe de Cora, que viu a filha encarar a situação com leveza. O mindfulness, ou atenção plena, além de nos manter ciente de onde estamos e do que estamos fazendo, promove benefícios no tratamento de muitas condições psicológicas, ajudando a lidar com emoções negativas e com a dor física. Ela também ajuda na identificação dos nossos próprios valores e na apreciação dos valores do outro.
• em mulheres com câncer de mama submetidas à mestectomia, a religiosidade atuou como fator de proteção contra depressão no pós-operatório.